
Olho pela janela e não vejo nada que me pareça familiar... estou do outro lado do oceano, “milhas e milhas distante (...)”, adoro essa música.
Minha cabeça como sempre está a milhão, penso em várias coisas ao mesmo tempo, e ao mesmo tempo penso em várias coisas, malas, fuso horário, aluguel, amigos, trabalho, fome, sapato, como ligar o ar condicionado?... Penso em como os espanhóis falam rápido e as espanholas falam alto, falando em espanhola tem uma guria do outro lado da sala, com seios enormes, imagino que estejam pensando o que o seios dela tem haver com espanhola, ha ha ha... disse que minha cabeça brisa a milhão.
Penso, quantos anos as mulheres levaram pra descobrir como mulher é uma coisa gostosa, isso os homens sabem e desfrutam desde a costelinha de Adão... mais o que isso também tem haver com a espanhola? O simples fato dela estar acariciando os cabelos de uma outra menina e dando selinhos leves nos cantos da boca dela... very very exciting.
Estou com sono, gostaria que todos fossem embora... que a espanhola parasse de me excitar com as carícias a sua namorada.
Continuo na janela procurando algo que pareça familiar, ainda não vejo nada...
Vejo a maneira com que os espanhóis falam das brasileiras, parece que somos alienígenas geneticamente modificadas para serem gostosas, putas e carnavalescas... sem comentários.
Volto meu olhar mais uma vez pra janela, continuo tentando achar alguma coisa familiar... parece que os espaços em branco que estava tentando suprir se multiplicaram.
Volto meu olhar mais uma vez para a sala, as espanholas pararam de se acariciar, mais os espanhóis ainda falam de carnaval e das mulatas brasileiras... sem comentários.
Decido ficar olhando para a janela mesmo, á procura de alguma coisa familiar que diminua esse espaço em branco... meus olhos começam a arder e sinto que as lágrimas começam a querer cair, levanto minha cabeça a fim de que isso não aconteça e então encontro a primeira coisa familiar desde que cheguei... a lua, que onde quer que eu esteja, sempre será a mesma, e nunca será maior do que a ponta do meu polegar se eu esticar o braço e fechar um dos meus olhos.
Sinto um braço envolver minha cintura e uma voz sussurrar em meu ouvido: “Creo que va a sobrevivir todo este...”.
Yo creo que sí... e sinto uma lágrima escorrer no meu rosto.
Beijos
Garota Paraguaia♥
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